segunda-feira, 11 de maio de 2009

Poema para os meninos da água doce

boi de menino

o
ribeirinho
curumim
sabe
tão bem
tocar tambor

faz a levada do bumbá
faz a levada do pelô

xote, afoxé
blues, carimbó
rock, “for all”, siriá

tango, baião
salsa, sambão
jazz, boleron, sirimbó

o
ribeirinho
curumim
bate
também
os pés no chão

dança o sotaque parintins
dança o sotaque maranhão

e no curral do seu bumbá
diz-que azul nunca ele foi
nem o vermelho é cor de boi
ou catirina é cazumbá

boi de menino é marronzim
ou corre-campo ou malhadim
toda toada entoa e troa

2 comentários:

  1. Legal, binho o poema não quer essa bicoloridade da tradição, e espelha todo o universalismo da nossa cultura portovelhense,que é um verdadeiro antropofagismo sonoro e cultural.Foi um belo abalo.

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  2. taquicardia pura
    misturada com suco de limão
    descendo pele afora
    bolinando o menino doce
    agridoce doce sabor taperebá
    no pé de ingá
    onde nascem as melhores goiabas
    devoradas pela boca cor laranja
    da menina nada doce.

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