quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

futurista

morri
numa
manhã
calma
de
inverno

sob
a
aurora
boreal


uma
chuva
ácida
caia

sem
cor
e
sem
coragem

sob
a
aragem
atômica


ogivas
nucleraes
haviam
dado
uma
rápida
trégua
aos
replicantes

outdoors
de
néon
ainda
faiscavam
anúncios
de
alimentos
sintéticos
e
bebidas
isotônicas

os
chipes
instalados
em
meu
cérebro
entraram
em
curto
e
minha
imagem
se
desintegrou
no
cyberespaço
da
tela
do
desktop

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

relógio

a
hora
pasta
no
tic
tac
continuo
do
vasto


pêndulo
entre
o
recuo
e
o
ataque
do
tempo


vento
tecendo
o
futuro
no
passado
presente

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013



poema
na
plena
 voz
do
piano

eu
ali
e
ela
além

tudo
a
ser
dito
no
impasse
do
porém

todo
verso
é
o
inverso
do
silêncio
de
alguém

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

dia day

algo
em
mim
pulou
a
linha
do
tempo

feito
de
vento
quase
não
vejo
a
hora
passar

sei
tão
pouco
das
calendas
que
penso
assim
:
a
vida
é
uma
lenda
linda
e
lépida
como
as
estrias
elétricas
dos
raios
na
tempestade

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

herança bendita

não
havia
nada
além
de
um
sonoro
sim

não
havia
ninguém
aquém
ou
além
de
mim

uma
peça
miúda
e
úmida
em
renda
carmim


ah
tinha
um
cheiro
de
erva

seria
alecrim
?