o
chinelo
pulou
a
janela
e
foi
brincar
de
amores
na
soleira
da
manhã
entre
os
dedos
do
céu
o
sol
germinou
o
grão
o
pé
encravado
à
terra
revolveu
a
raiz
da
razão
e
as
tiras
do
chinelo
formaram
o
elo
além
da
linha
no
vão
O vermelho sangue do boi
ResponderExcluirse confundia com o vermelho do sol
os karipuna quase extintos pela ferrovia do diabo
brincavam as margens do Jaci
Os Paiter Surui contavam as lendas
de gloria, morte e ressureição
Era Pamine a jovem india
que brotava e nascia neste chão
O boi flor do campo
dançou a dor
bebeu o amor
renasceu
a floresta
e adormeceu nos braços de cunhã
O boi vermelho
encarnou o sonho
boi vermelho
é flor no campo.