Inda estava morna
Musa nascida em praia
Filha da lua nova
Noiva que o vento entalha
Mito de alma prosa
Reza invocada ao ocaso
Feita a beira mar
Na maré dos flagelados
Vale e leito vagos
Espera água de grota
Olho que não acorda
Se a chuva vai e demora
Pedra, fogo e sal
Nativo moureja a morna
Sodade, ilha e céu
Cavaquinhos e violas
Ah se Cesária chovesse
No vibrante do compasso
Ou se Mayra surgisse
No acorde do mormaço
Navegaria o barco
Na constante do improviso
Encurvaria o arco
Na esperança do impreciso
Nenhum comentário:
Postar um comentário