sexta-feira, 5 de abril de 2013

aquele ele

ele
é
aquele
eu

ali
grafado

tímido
como
todo
menino
de
curso
primário

ele
é
aquele
eu

além
lendário

sério
como
todo
menino
de
uniforme
diário

eu
era
aquele
ele


eternizado
pela
lente
do
mistério

o
silêncio
insinua
a
sina
do
menino
de 
palavra

futuro
do
pretérito

5 comentários:

  1. muito maneiro! leveza e indução à reflexão. divulguei e comentei no facebook.

    ResponderExcluir
  2. De fato
    com a globalização
    ao lado
    o caderno
    o lápis
    a ditadura
    de 1966
    nem sabia
    que ali
    estava um poeta
    escrevendo
    na ponta do fuzil
    um poema
    uma canção
    um verso revolucionário
    com as palavras
    trancadas no dicionário
    eles nem sabiam

    Luiz Alfredo - poeta

    ResponderExcluir
  3. um moleque saca o outros pelo rastro de luz.

    ResponderExcluir
  4. Ao poeta Binho


    Um moleque
    Um violão quebrado
    Um realejo machucado
    De blues bossas
    Encantado com a moleca
    De sombrinha
    E leque

    Não tinha um calhambeque
    Mas tinha um fusca azul
    Não tinha um cheque azul
    Mas tinha um beija-flor
    Que dava pro tacacá
    Pro suco de cupuaçu

    Não era belo
    Mas tinha no jaleque
    Um charme de poeta beat
    Um broche clave se sol
    Um boton hippie
    Um beatle quepe
    Era um moleque poet
    Sem nenhum documento
    Apenas um isqueiro zippo

    Muito amor no coração
    E a América Latina livre
    Nas artérias
    E aquela canção na on the road
    Aquele samba aquele hap
    Aquele hino

    Era um menino um curumim
    Um moleque que quebrava nos pés
    Um breque
    E tinha os sonhos no poder.


    Luiz Alfredo - poeta


    ResponderExcluir