chove de novo em porto velho
e se faz plúmbeo o verso mais singelo
as lembranças içadas de outrora
são feitas de crianças rindo rio afora
a paisagem se lambuza de manga
e refaz as ruas alagadas de calama
teço finos de recordações futuras
neste pretérito presente que se mistura
Chove em Fortaleza
ResponderExcluirgotas salpicam meu coração
e estes versos de lembranças
de um pretérito presente
da nossa Calama
da nossa Porto Velho
interstício de um tempo remoto
molhado pelo rio madeira
mergulhado e emergido por este
poema de chuva que abre o guarda chuva
flora nos pastos os cogumelos belos
recorda acorda nossas recordações
doce chuva que cai docemente
escorre para o passado tão agora
parece que foi ontem
que passeava com meu carneirinho
nos jardins de papoulas selvagens
escutando sanhaçus e sabias
olhava aqueles crepusculos do outro lado
pescava mandis e branquinhas
tomava patua e guarana
fitava a linda cunhã com olho de boto
megulhava no igarapé esverdeado
ia pra PV passear na mamore
escutar carimbó no cai n'água
tomar cipó mágico no daime
ler os poemas de vespasiano
ver o dolar furado no cine brasil
a chuva esta parando
vou parando por aqui
assim começo a chover de novo
e começo a lembrar das tempestades
relampagos daquele olhar
aquele luar romantico matizado
aquela sua canção do chico preto
que voce balbuciou pra mim
na cachoeira de santo antonio
a canção mais marcante que escutei
e tingiu meu ser heideggeranamente.
Luiz Alfredo - poeta
Manin,
ResponderExcluirtudo nos faz lembrar o futuro. Abraços