sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

goteira da memória

chove de novo em porto velho
e se faz plúmbeo o verso mais singelo

as lembranças içadas de outrora
são feitas de crianças rindo rio afora

a paisagem se lambuza de manga
e refaz as ruas alagadas de calama

teço finos de recordações futuras
neste pretérito presente que se mistura

2 comentários:

  1. Chove em Fortaleza
    gotas salpicam meu coração
    e estes versos de lembranças
    de um pretérito presente
    da nossa Calama
    da nossa Porto Velho
    interstício de um tempo remoto
    molhado pelo rio madeira
    mergulhado e emergido por este
    poema de chuva que abre o guarda chuva
    flora nos pastos os cogumelos belos
    recorda acorda nossas recordações
    doce chuva que cai docemente
    escorre para o passado tão agora
    parece que foi ontem
    que passeava com meu carneirinho
    nos jardins de papoulas selvagens
    escutando sanhaçus e sabias
    olhava aqueles crepusculos do outro lado
    pescava mandis e branquinhas
    tomava patua e guarana
    fitava a linda cunhã com olho de boto
    megulhava no igarapé esverdeado
    ia pra PV passear na mamore
    escutar carimbó no cai n'água
    tomar cipó mágico no daime
    ler os poemas de vespasiano
    ver o dolar furado no cine brasil
    a chuva esta parando
    vou parando por aqui
    assim começo a chover de novo
    e começo a lembrar das tempestades
    relampagos daquele olhar
    aquele luar romantico matizado
    aquela sua canção do chico preto
    que voce balbuciou pra mim
    na cachoeira de santo antonio
    a canção mais marcante que escutei
    e tingiu meu ser heideggeranamente.

    Luiz Alfredo - poeta

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