segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Memória mágica I

em OZ

não fui

homem de lata

homem de palha

ou leão covarde


nem fui

voz de mágico

ensinando que os tijolos

são o elo

entre o real e o irreal

do amarelo


não fui bruxa

do leste ou do oeste

nem Totó ou Dorothy

nem balão ou estrada


fui mais o eterno sorriso

do gato de Alice

num país encantado

de uma outra estória

6 comentários:

  1. Sorriso de puro luar
    que nos leva a todos os caminhos
    e a nenhum lugar
    sorriso de céu de marmelada
    campos de tangerina
    pastos de cogumelos mágicos
    poemas encantados de lápis de cor
    que sorriso enigmático
    não é mágico de oz
    nem um verso atroz
    é um sorriso de coração
    como o trago profundo da lagarta
    que enche o pulmão
    com poemas enigmáticos prismáticos
    que nos deixa sem noção
    num céu de papel crepon.

    Luiz Alfredo - poeta

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  2. Maninho, mano velho, que prazer em ser visitado pelas suas sábias palavras. Aquele abraço amazônida!

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  3. Onomatopaicamente....

    putaquepariu!

    Adorei...


    Alinhás...

    Lembrando o reverendo Dogson
    (http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/alicep.html)

    A Lagarta e Alice olharam-se uma para outra por algum tempo em silêncio: por fim, a Lagarta tirou o narguilé da boca, e dirigiu-se à menina com uma voz lânguida, sonolenta.

    “Quem é VOCÊ?”, perguntou a Lagarta.

    Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: “Eu — eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento — pelo menos eu sei quem eu ERA quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então.

    “O que você quer dizer com isso?”, perguntou a Lagarta severamente. “Explique-se!”

    “Eu não posso explicar-ME, eu receio, Senhora”, respondeu Alice, “porque eu não sou eu mesma, vê?”

    “Eu não vejo”, retomou a Lagarta.

    “Eu receio que não posso colocar isso mais claramente”, Alice replicou bem polidamente,
    “porque eu mesma não consigo entender, para começo de conversa, e ter tantos tamanhos diferentes em um dia é muito confuso.”

    “Não é”, discordou a Lagarta.

    “Bem, talvez você não ache isso ainda”, Alice afirmou, “mas quando você transformar-se em uma crisálida — você irá algum dia, sabe — e então depois disso em uma borboleta, eu acredito que você irá sentir-se um pouco estranha, não irá?”

    “Nem um pouco”, disse a Lagarta.

    “Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes”, finalizou Alice, “tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim.”

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  4. Rivero,
    talvez Alice e a lagarta sejam partes do mesmo disfarce: o sorriso do gato ou a fumaça psicodélica do narguilé no acaso do embate, despista mas não esconde o mote.

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  5. eheheh! Verdade!

    Entendo muito bem o que você quer dizer...

    Tou vendo que tem um embate....

    E, fiquei curiosíssimo. Então...

    sergiolmrivero@gmail.com

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