me
acalmo
com
a
calma
do
gato
que
suspeita
dum
surto
de
ratos
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Disfarces
todas
as
frutas
inclusive
as
bichadas
têm
direito
a
um
lugar
no
vergel
só
não
podem
com
a
desfaçatez
da
venenosa
erva
lesar
a
beleza
seletiva
da
seifa
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Disfarces
canto
para
minar
o
cansaço
do
compasso
de
espera
trino
para
eletrizar
o
silêncio
no
grito
das
esferas
oro
para
a
aurora
anunciada
iluminar
a
vitória
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Disfarces
o
poema
vale
a
pena
ainda
se
a
alma
é
pequena
ascende
o
tom
das
vozes
no
silêncio
surdo
dos
seres
apaga
a
feição
fática
que
esboça
o
verso
servil
rabisca
a
rima
que
jamais
seria
de
luta
não
fosse
o
groove
grave
da
greve
grávida
de
sons
&
sonhos
afins
poema
vale
a
pena
ainda
se
a
alma
é
pequena
ascende
o
tom
das
vozes
no
silêncio
surdo
dos
seres
apaga
a
feição
fática
que
esboça
o
verso
servil
rabisca
a
rima
que
jamais
seria
de
luta
não
fosse
o
groove
grave
da
greve
grávida
de
sons
&
sonhos
afins
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Disfarces ou
submundo legalizado
os
vermes
se
embriagam
de
dejetos
&
desejos
podres
eles
bebem
&
festejam
o
vômito
verbal
de
seu
amado
mestre
das
tramas
no
lodo
corrupto
em
que
se
borram
de
medo
só
os
seus
olhos
sombrios
&
falaciosos
chispam
os
vermes
se
embriagam
de
dejetos
&
desejos
podres
eles
bebem
&
festejam
o
vômito
verbal
de
seu
amado
mestre
das
tramas
no
lodo
corrupto
em
que
se
borram
de
medo
só
os
seus
olhos
sombrios
&
falaciosos
chispam
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Disfarces
por
trás
da
lente
escura
a
mente
cega
do
poder
delira
rojões
motins
revoluções
o
pirulito
passeia
audaz
pela
boca
que
anuncia
a
paz
que
nos
guia
trás
da
lente
escura
a
mente
cega
do
poder
delira
rojões
motins
revoluções
o
pirulito
passeia
audaz
pela
boca
que
anuncia
a
paz
que
nos
guia
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Disfarces
saiu
de
fininho
pela
porta
entreaberta
do
medo
carregava
consigo
o
que
já
não
era
segredo
restou
apenas
o
rastro
luzidio
dos
vermes
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
súbito sumiço da musa
súbito
some
a
musa
súbita
nada
acusa
sua
presença
na
página
nem
a
música
o
verso
que
escrevo
cifra
sua
ausência
na
cena
seu
sabor
de
musa
súbito
salta
sabe
a
palavra
some
a
musa
súbita
nada
acusa
sua
presença
na
página
nem
a
música
o
verso
que
escrevo
cifra
sua
ausência
na
cena
seu
sabor
de
musa
súbito
salta
sabe
a
palavra
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sexta-feira, 1 de julho de 2011
quarta-feira, 29 de junho de 2011
musa súbita
a
tatuagem
-
do
cangote
à
espádua
da
galega
-
é
paisagem
as
madeixas
louras
que
saltam
soltas
em
suas
costas
são
miragens
o
sabor
de
ameixa
e
o
olor
rosáceo
do
seu
sexo
são
selvagens
tatuagem
-
do
cangote
à
espádua
da
galega
-
é
paisagem
as
madeixas
louras
que
saltam
soltas
em
suas
costas
são
miragens
o
sabor
de
ameixa
e
o
olor
rosáceo
do
seu
sexo
são
selvagens
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Musa súbita
na
noite
em
que
quase
foi
minha
pedia
estórias
e
só
havia
poesia
queria
ação
e
só
havia
magia
depois
se
foi
intacta
pela
manhã
vadia
noite
em
que
quase
foi
minha
pedia
estórias
e
só
havia
poesia
queria
ação
e
só
havia
magia
depois
se
foi
intacta
pela
manhã
vadia
sexta-feira, 3 de junho de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
terça-feira, 17 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Musa súbita
da
primeira
vez
a
impressão
de
que
tudo
está
aquém
de
ti
da
segunda
vez
a
intuição
de
fugir
ao
teu
disfarce
de
cisne
da
terceira
vez
a
opção
de
ficar
em
silêncio
e
só
segunda-feira, 11 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
memória mágica VIII
vi pela fresta da porta a capa vermelha, o cesto de palha, o sexo singelo, a forma de fada. não lembro em que agora quis saber dos meus lábios, narinas e orelhas. não lembro em que hora pediu: me devora!
quarta-feira, 23 de março de 2011
dia agnóstico
o
clínico
cínico
era
um
risco
no
disco
rígido
do
cérebro
:
rim
ruim
fígado
notívago
pâncrea
pândego
intestino
estático
sua
voz
ousando
versos
sonoros
tudo
tão
distante
tão
distinto
pedi
pó
de
pirlimpimpim
mas
sininho
havia
sumido
com
a
seringa
de
soro
lisérgico
e
peter
pan
que
sacrilégio
desligara
a
vitrola
antes
que
se
soubesse
se
era
roque
ou
réquiem
o
som
que
rolara
no
dial
quinta-feira, 17 de março de 2011
memória mágica VII
não
sei
se
estava
na
prússia
ou
na
trácia
quando
rapunzel
lançou
as
belas
tranças
achei
que
valia
à
pena
escalar
suas
melenas
e
ficar
cego
na
cena
mas
já
estava
na
pérsia
e
sherazarde
sem
pressa
me
levou
na
conversa
com
uma
história
sem
fim
sexta-feira, 11 de março de 2011
memória mágica VI
quando
ella
speed
veio
se
despedir
fez
jura
que
a
magia
das
alturas
logo
a
traria
pra
mim
não
veio
até
agora
e
decerto
o
corvo
que
gralha
lá
fora
levará
embora
o
que
dela
restou
aqui
terça-feira, 8 de março de 2011
terça-feira, 1 de março de 2011
sábado, 26 de fevereiro de 2011
memória mágica IV
polegar
com
as
botas
com
as
botas
7
léguas
do
gigante
eu
com
as
botas
do
marquês
de
carabás
sal
do
gigante
eu
com
as
botas
do
marquês
de
carabás
sal
ta
mos
juntos
das
montanhas
de
sonora
dom
juan
e
dom
genaro
de
sonora
dom
juan
e
dom
genaro
espreitavam
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
memória mágica II
nem
os
três
porquinhos
nem
as
três
casinhas
nem
o
mau lobinho
apenas
o
vento
destelhando
casas
implodindo
lobos
me
leva
embora
os
três
porquinhos
nem
as
três
casinhas
nem
o
mau lobinho
apenas
o
vento
destelhando
casas
implodindo
lobos
me
leva
embora
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Lero com o leitor 5
como
alpiste
desde
o
dia
em
que
me
ordenou
tal
tolice
e
agora
já
não
importa
seu
silêncio
ou
seu
palpite
nem
sua
crendice
em
sentido
que
se
explique
e
por
pura
mesmice
seguirei
rabiscando
o
que
lhe
parece
nonsense
mas
lhe
digo
sem
embuste
:
se
não
criar
meus
repentes
não
chegarei
a
velhice
acredite
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Lero com o leitor 4
aí
insistiu
que
o
sentido
é
o
seu
limite
e
que
nem
mesmo
um
dedo
em
riste
lhe
faria
dar
palpites
falei
que
na
poesia
o
sentido
suspenso
suspira
e
importa
muito
um
desvario
que
decifre
o
grafite
me
mandou
comer
alpiste
passarinho
que
sou
nem
ao
menos
fiquei
triste
domingo, 30 de janeiro de 2011
lero com o leitor 3
nem
ligou
pro
queu
disse
achava
tudo
tolice
quase
sempre
um
despiste
lia
porque
queria
saber
se
valia
à
pena
a
poesia
não
se
importava
se
alguma
coisa
eu
calava
ou
dizia
nem
queria
expor
o
que
pensava
ou
sentia
eu
disse
:
fale
então
sobre
o
que
não
pensa
ou
sente
vê
se
permite
o
apalpar
do
palpite
ouvi
quando
baixinho
disse
:
vou
até
onde
o
sentido
admite
ligou
pro
queu
disse
achava
tudo
tolice
quase
sempre
um
despiste
lia
porque
queria
saber
se
valia
à
pena
a
poesia
não
se
importava
se
alguma
coisa
eu
calava
ou
dizia
nem
queria
expor
o
que
pensava
ou
sentia
eu
disse
:
fale
então
sobre
o
que
não
pensa
ou
sente
vê
se
permite
o
apalpar
do
palpite
ouvi
quando
baixinho
disse
:
vou
até
onde
o
sentido
admite
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
lero com o leitor 2
eu
lhe
disse
:
vai
insiste
não
é
nada
que
lhe
custe
+ q 1
chiste
ou
- q 1
fetiche
falei
mais
:
não
desiste
a
palavra
é
o
que
resiste
no
que
lhe
posso
dar
de
alvitre
persiste
vai
critica
este
rap
repente
na
paz
do
pastiche
sê
meu
derviche
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Lero com o leitor
eu
lhe
disse
:
comenta
diz
o
que
acha
ou
sente
quando
lê
meus
repentes
o
silêncio
foi
desconcertante
feito
uma
resposta
distante
pensei
:
não
importa
nada
em
mim
é
urgente
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Memória mágica I
não fui
homem de lata
homem de palha
ou leão covarde
nem fui
voz de mágico
ensinando que os tijolos
são o elo
entre o real e o irreal
do amarelo
não fui bruxa
do leste ou do oeste
nem Totó ou Dorothy
nem balão ou estrada
fui mais o eterno sorriso
do gato de Alice
num país encantado
de uma outra estória
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
goteira da memória
chove de novo em porto velho
e se faz plúmbeo o verso mais singelo
as lembranças içadas de outrora
são feitas de crianças rindo rio afora
a paisagem se lambuza de manga
e refaz as ruas alagadas de calama
teço finos de recordações futuras
neste pretérito presente que se mistura
e se faz plúmbeo o verso mais singelo
as lembranças içadas de outrora
são feitas de crianças rindo rio afora
a paisagem se lambuza de manga
e refaz as ruas alagadas de calama
teço finos de recordações futuras
neste pretérito presente que se mistura
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Disfarce
não escrevo pra me mostrar
escrevo pra me ocultar
e ainda que o sol me oriente
só a noite é o meu norte
escrevo pra me ocultar
e ainda que o sol me oriente
só a noite é o meu norte
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
sétimo
às
sete
horas
já
chegado
em
casa
e
tomado
banho
achou
estranho
a
gaita
ponto
de
borghetti
a
pontear
a
sétima
do
pontal
no
sétimo
andar
ainda
era
dia
sete
sete
horas
já
chegado
em
casa
e
tomado
banho
achou
estranho
a
gaita
ponto
de
borghetti
a
pontear
a
sétima
do
pontal
no
sétimo
andar
ainda
era
dia
sete
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
terceiro
três
tristes
tigres
sem
dentes
batem
a porta
do
dentista
às
três
da
tarde
do
dia
três
três
beijos
pra
casar
de
boca
banguela
dá
azar
seja
tigre
de
benguela
ou
de
bengala
o
dentista
deu
três
suspiros
e
a
tarde
sumiu
tristes
tigres
sem
dentes
batem
a porta
do
dentista
às
três
da
tarde
do
dia
três
três
beijos
pra
casar
de
boca
banguela
dá
azar
seja
tigre
de
benguela
ou
de
bengala
o
dentista
deu
três
suspiros
e
a
tarde
sumiu
sábado, 1 de janeiro de 2011
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