disse
que
iria
que
queria
ir
e
foi
(p)irada
deixou
apenas
uma
saudade
amassada
no
travesseiro
de
penas
que
pena
!
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
ela, aquela outra (poemas da bahia)
as
palavras
batendo
nas
paredes
do
ouvido
martelo
&
bigorna
no
nada
palavras
batendo
nas
paredes
do
ouvido
martelo
&
bigorna
no
nada
sábado, 23 de novembro de 2013
ela (poemas da bahia)
enquanto
falava
ou
quase
chorava
ouvíamos
versos
no
vazio
dos
sentidos
in
significantes
falava
ou
quase
chorava
ouvíamos
versos
no
vazio
dos
sentidos
in
significantes
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
anotações para um grande amor (poemas da bahia)
talvez
se
me
tocasse
como
as
notas
de
um
violão
talvez
te
amasse
talvez
sim
talvez
não
se
me
tocasse
como
as
notas
de
um
violão
talvez
te
amasse
talvez
sim
talvez
não
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
sons tenidos (poemas da bahia)
ouvi
vivaldi
num
vilarejo
com
villa
vi
a
vibração
das
cordas
harmonizando
melodias
ouvi
e
vi
não
sei
em
que
dia
sei
apenas
que
a
magia
dos
sons
era
o
que
havia
vivaldi
num
vilarejo
com
villa
vi
a
vibração
das
cordas
harmonizando
melodias
ouvi
e
vi
não
sei
em
que
dia
sei
apenas
que
a
magia
dos
sons
era
o
que
havia
terça-feira, 19 de novembro de 2013
primeiro dia (poemas da bahia)
os
violões
vão
além
do
vão
da
sala
saltam
os
muros
do
silêncio
e
solam
canções
de
mar
e
de
maresia
enterneço
minha
saudade
e
penso
:
em
que
mar
em
que
maré
vim
dar
na
bahia
?
as
ondas
quebram
nas
pedras
e
sabem
violões
vão
além
do
vão
da
sala
saltam
os
muros
do
silêncio
e
solam
canções
de
mar
e
de
maresia
enterneço
minha
saudade
e
penso
:
em
que
mar
em
que
maré
vim
dar
na
bahia
?
as
ondas
quebram
nas
pedras
e
sabem
domingo, 27 de outubro de 2013
o inteiro das metades
i
quando disse
que andava meio blues
não tinha muita certeza do que queria
dizer
talvez não haja tradução para “meio
blues”
porque blues é pleno
é totalmente blues
não há como ser meio
é como querer ser meio triste
não existe ser meio triste
a tristeza é sempre na medida exata
não se é mais ou menos triste
se é triste por motivos diferentes
por isso ou por aquilo
mas quando disse
que andava meio blues
será que queria dizer meio triste?
porém não há meio triste nem meio blues
porque quando se está meio triste não
quer dizer que se está meio alegre
assim como quando se está meio blues
nada garante que se está meio jazz
contudo
ele sempre dizia que estava meio blues
e ela
sempre ficava matutando
tentando entender o enigma
por trás dos seus vermelhos olhos azuis
ii
ele agora solfeja
pentatônicas alteradas
pelos corredores mal iluminados da noite
mas quando
disse que andava meio down
será que sabia que era solidão?
talvez não haja tradução para meio down
pois down é acabado
inteiramente down
impossível ser meio
é como afirmar que se está meio
solitário
mas não existe meio solitário
ou se está só ou não se está
portanto não existe meio down
porque quando se está meio down não quer
dizer que se está meio up
assim como quando se está meio só não
significa estar meio acompanhado
ele
sempre diz
que está meio down
e ela
sempre fica espreitando
tentando entender o segredo
das metades e dos inteiros rabiscados na
nota azul da canção
iii
ele agora
nada rios e mares divididos em vãos
e já não está meio nada
nem meio blues nem meio down
talvez porque esteja ao meio
entre as cores da aurora boreal
ou no meio das águas profundas do pré-sal
pois hoje sabe
que não se pode ser meio alguma coisa
pode se estar no e ao meio do lago
ou ser o meio para revelar aquele algo
para se chegar a alguma cancha
a algum juízo
ou ao cais do pensamento preciso
meio não é uma metade, mas é quase
cabal.
um kamikaze na esquina do quase
rege o
kabuki da gueixa da extinção
quase colhe as flores sofismáticas
mas é tudo meio que uma questão poética
pode se estar meio-a-meio com a pessoa
certa
pode se partir em partes para a casa estar
completa
ela ensaia
no ritual dos meados
todos os meios-dias
todas as meias-noites
ser a cara metade do cara ao lado
mesmo quando ele está meio blues
quando ele está meio down
ainda que esteja sozinho
metade presença, metade evasão
ela
enseja que haja
no meio dessa controvérsia
histórias de metades
que foram inteiras
pelo consórcio
às vezes
por descuido ou precaução
ele ainda diz assim meio blues:
“hoje estou meio down”
ela beija seus vermelhos olhos azuis
e diz:
deixa de papo furado, bundão!
domingo, 25 de agosto de 2013
Voo
faço
poemas
para
que
faças
amor
mais
gostoso
para
que
o
orgasmo
seja
muito
mais
que
um
gozo
faço
poemas
para
que
percas
a
referência
de
pouso
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
declaração de desamor
todas
as
vezes
ela
dizia
:
te
amo
mais
que
a
mim
mesmo
!
ao
que
ele
sempre
respondia
:
não
confio
em
ninguém
que
ama
outro
alguém
mais
do
que
a
si
mesmo
desses
desconfio
até
do
beijo
as
vezes
ela
dizia
:
te
amo
mais
que
a
mim
mesmo
!
ao
que
ele
sempre
respondia
:
não
confio
em
ninguém
que
ama
outro
alguém
mais
do
que
a
si
mesmo
desses
desconfio
até
do
beijo
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
poesia no varal
o
vento
vinha
vindo
voando
&
vendo
as
veredas
do
vão
de
repente
duas
palavras
saltaram
de
asssalto
sobre
o
sussurro
que
suavizava
a
sombra
do
sentido
os
esses
do
vento
nas
folhas
simularam
assovios
de
seiva
o
vento
vinha
vindo
como
quem
vê
um
vulto
volatizando
o
verso
vento
vinha
vindo
voando
&
vendo
as
veredas
do
vão
de
repente
duas
palavras
saltaram
de
asssalto
sobre
o
sussurro
que
suavizava
a
sombra
do
sentido
os
esses
do
vento
nas
folhas
simularam
assovios
de
seiva
o
vento
vinha
vindo
como
quem
vê
um
vulto
volatizando
o
verso
sexta-feira, 26 de julho de 2013
antônimo atônito
ele
disse
que
numa
sociedade
anônima
ser
anônimo
é
sinônimo
de
ilusão
pois
ser
anônimo
é
o
heterônimo
mais
cruel
da
solidão
disse
isso
&
se
perdeu
na
multidão
disse
que
numa
sociedade
anônima
ser
anônimo
é
sinônimo
de
ilusão
pois
ser
anônimo
é
o
heterônimo
mais
cruel
da
solidão
disse
isso
&
se
perdeu
na
multidão
quarta-feira, 17 de julho de 2013
a máscara cabe?
quem
desfaz
uma
amizade
de
rocha
por
fofocas
sem
provas
não
merece
ouvir
do
amigo
nem
poesia
nem
prosa
desfaz
uma
amizade
de
rocha
por
fofocas
sem
provas
não
merece
ouvir
do
amigo
nem
poesia
nem
prosa
quinta-feira, 11 de julho de 2013
estilhaços de versos
fiz
um
poema
de
flores
&
de
palavras
para
enfeitar
nossa
casa
mas
as
flores
calaram
&
as
palavras
cairam
a
casa
secou
ficou
o
poema
:
espantalho
de
signos
signos
que
de
soslaio
se
olha
no
espelho
que
estilhaçou
domingo, 30 de junho de 2013
virtual love
o
poema
na
tela
do
tablet
te
acelera
lês
e
sussurras
cios
para
um
outro
cara
os
versos
varam
o
teu
corpo
&
postas
orgasmos
nos
status
do
face
faço
poemas
para
que
gozes
em
rede
terça-feira, 11 de junho de 2013
Aquarela final
?
mas
acaba
?
sim
quando
menos
se
espera
cai
por
terra
e
esfacela
?
mas
acaba
assim
?
nem
razão
revela
?
é
o
breu
da
dor
se
apossa
do
pincel
e
encarcera
a
centelha
na
tela
no
espelho
da
sala
grafita
em
sangue
:
o
último
a
sair
apaga
a
vela
mas
acaba
?
sim
quando
menos
se
espera
cai
por
terra
e
esfacela
?
mas
acaba
assim
?
nem
razão
revela
?
é
o
breu
da
dor
se
apossa
do
pincel
e
encarcera
a
centelha
na
tela
no
espelho
da
sala
grafita
em
sangue
:
o
último
a
sair
apaga
a
vela
segunda-feira, 3 de junho de 2013
aula da saudade
com
o
poeta
aprender
a
resenhar
a
alma
com
a
poesia
aprender
a
deslindar
a
calma
com
o
poema
aprender
a
desenhar
a
aura
com
:
a
alma
resenhada
a
calma
deslindada
&
a
aura
desenhada
fazer
a
mala
&
ir
além
domingo, 26 de maio de 2013
inventor de nadas
vontades
de
inventar
vazios
vazios
de
inventar
alvores
alvores
de
inventar
violões
violões
de
inventar
voragens
voragens
de
inventar
vitrais
vitrais
de
inventar
vazões
vazões
de
inventar
vogais
vogais
de
inventar
vontades
vontades
de
inventar
vazios
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Da impossibilidade de se dar
o
que
queres
de
mim
já
não
posso
te
dar
não
que
não
o
o
queira
dar
&
sim
porque
em
mim
nada
mais
há
que
o
registre
outro
alguém
o
levou
de
mim
&
enfim
pediu
como
me
pedistes
dei
a
tal
pedido
quem
resiste
?
mas
não
me
devolveu
o
que
lhe
dei
sem
limites
agora
que
o
teu
pedido
persiste
tenho
apenas
este
vazio
no
peito
sem
o
amor
que
previstes
o
que
queres
de
mim
não
posso
te
dar
não
existe
!
sexta-feira, 5 de abril de 2013
aquele ele
ele
é
aquele
eu
ali
grafado
tímido
como
todo
menino
de
curso
primário
ele
é
aquele
eu
além
lendário
sério
como
todo
menino
de
uniforme
diário
eu
era
aquele
ele
lá
eternizado
pela
lente
do
mistério
o
silêncio
insinua
a
sina
do
menino
de
palavra
futuro
do
pretérito
quinta-feira, 4 de abril de 2013
oração
a
espera
paira
o
compasso
pulsa
o
tempo
destempera
ele
olha
além
da
laje
a
lente
lateja
na
falha
da
telha
o
dente
morde
a
tarde
o
filete
de
sangue
singra
a
calha
toda
palavra
é
navalha
espera
paira
o
compasso
pulsa
o
tempo
destempera
ele
olha
além
da
laje
a
lente
lateja
na
falha
da
telha
o
dente
morde
a
tarde
o
filete
de
sangue
singra
a
calha
toda
palavra
é
navalha
domingo, 24 de março de 2013
ele pensava nisso todo dia
"
quando
eu
tiver
partido
quem
ferirá
as
cordas
do
meu
instrumento
na
tarde
?
quem
ocupará
o
espaço
entre
meu
silêncio
e
a
solidão
das
horas
?
quem
assumirá
o
auto
exílio
tecido
em
ausências
sazonais
que
pontuei
?
quem
cantará
a
minha
voz
quando
ela
não
mais
me
pertença
ou
seja
?
quem
lerá
o
poema
que
em
mim
nunca
se
fez
?
"
terça-feira, 5 de março de 2013
nadinha
nada
só
este
verso
avesso
a
valsa
avesso
a
rima
verso
de
servo
anagramático
corpo
grafado
na
melodia
do
nada
só
este
verso
avesso
a
valsa
avesso
a
rima
verso
de
servo
anagramático
corpo
grafado
na
melodia
do
nada
domingo, 3 de março de 2013
quatro vidas
da
primeira
vez
que
morri
morri
de
tédio
mal
para
o
qual
não
há
remédio
da
segunda
vez
que
morri
morri
de
amor
mal
para
o
qual
não
há
doutor
da
terceira
vez
que
morri
morri
de
rir
mal
para
o
qual
não
não
há
elixir
na
eminência
de
uma
quarta
vez
compus
um
requiem-rock
e
"lavei"
domingo, 24 de fevereiro de 2013
laternas na noite
faço
poemas
como
quem
foge
como
quem
se
esconde
como
quem
se
acha
só
faço
poema
como
quem
antes
de
virar
a
esquina
olha
de
soslaio
o
tema
oculto
da
rotina
faço
poema
como
como
quem
se
perde
&
quer
que
algúem
o
ache
antes
que
a
luz
no
fim
da
retina
se
torne
sombra
e
se
indefina
a
sorte
da
menina
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
linda de lua
ela
ali
ao
lado
&
eu
calado
colado
a
sua
presença
de
musa
todos
os
gritos
pousados
no
silêncio
que
acusa
um
querer
engasgado
no
peito
ali
ao
lado
&
eu
calado
colado
a
sua
presença
de
musa
todos
os
gritos
pousados
no
silêncio
que
acusa
um
querer
engasgado
no
peito
sábado, 9 de fevereiro de 2013
alados
lado
a
lado
o
corpo
à
alma
ligado
não
soube
como
dizer
do
estar
assim
assim
tão
aluado
sobre
sua
paixão
tal-e-qual
a
de
Platão
passou
ao
largo
escolheu
ficar
calado
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
bloco
desenhei
manhãs
na
tarde
vazia
de
melodia
uma
noite
de
muito
longe
fez
caminho
nos
meus
passos
de
bêbado
se
leviano
se
ledo
engano
nem
sei
se
era
tango
aquele
samba
enredo
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
futurista
morri
numa
manhã
calma
de
inverno
sob
a
aurora
boreal
uma
chuva
ácida
caia
sem
cor
e
sem
coragem
sob
a
aragem
atômica
ogivas
nucleraes
haviam
dado
uma
rápida
trégua
aos
replicantes
outdoors
de
néon
ainda
faiscavam
anúncios
de
alimentos
sintéticos
e
bebidas
isotônicas
os
chipes
instalados
em
meu
cérebro
entraram
em
curto
e
minha
imagem
se
desintegrou
no
cyberespaço
da
tela
do
desktop
numa
manhã
calma
de
inverno
sob
a
aurora
boreal
uma
chuva
ácida
caia
sem
cor
e
sem
coragem
sob
a
aragem
atômica
ogivas
nucleraes
haviam
dado
uma
rápida
trégua
aos
replicantes
outdoors
de
néon
ainda
faiscavam
anúncios
de
alimentos
sintéticos
e
bebidas
isotônicas
os
chipes
instalados
em
meu
cérebro
entraram
em
curto
e
minha
imagem
se
desintegrou
no
cyberespaço
da
tela
do
desktop
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
relógio
a
hora
pasta
no
tic
tac
continuo
do
vasto
pêndulo
entre
o
recuo
e
o
ataque
do
tempo
vento
tecendo
o
futuro
no
passado
presente
hora
pasta
no
tic
tac
continuo
do
vasto
pêndulo
entre
o
recuo
e
o
ataque
do
tempo
vento
tecendo
o
futuro
no
passado
presente
quarta-feira, 16 de janeiro de 2013
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
dia day
algo
em
mim
pulou
a
linha
do
tempo
feito
de
vento
quase
não
vejo
a
hora
passar
sei
tão
pouco
das
calendas
que
penso
assim
:
a
vida
é
uma
lenda
linda
e
lépida
como
as
estrias
elétricas
dos
raios
na
tempestade
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
herança bendita
não
havia
nada
além
de
um
sonoro
sim
não
havia
ninguém
aquém
ou
além
de
mim
só
uma
peça
miúda
e
úmida
em
renda
carmim
ah
tinha
um
cheiro
de
erva
seria
alecrim
?
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